Primeiro foi o apagão. Depois, as estradas. Agora, o caos aéreo. Nos últimos anos, a gente se acostumou no Brasil ao noticiário de crise após crise. Tudo por falta de cuidado com a infraestrutura. O governo nunca sabe bem porque. A gente (que paga impostos) também paga a conta.
Essa semana, ruiu uma ponte nos EUA. Fatalidade? Não, o problema é pior. A infraestrutura dos EUA está esfarelando. O país mais rico do mundo tem problemas por todo lado: estradas ruins, aeroportos com a capacidade estourada, falta de água potável, estouro na geração e distribuição de energia elétrica.
O que é que há de errado? No Brasil dá para dizer que falta dinheiro. Mas o que justifica que o mesmo problema esteja ocorrendo - mais lentamente, mas em escala muito maior - no país mais rico do mundo?
Acho que o problema se explica justamente no nome. Infra. É o que está por baixo, o que ninguém vê. A gente só percebe o quanto precisa dela quando falha. É mais ou menos como se estourar, comendo carne vermelha e gordura saturada a vida inteira, e se surpreender quando o coração avisa que não dá mais. O que ninguém vê vai ficando em segundo plano.
No caso da saúde, com todas as dificuldades, o problema se resolve com a conscientização individual. Afinal, a saúde é sua, o problema é seu, você resolve. E mesmo assim pouca gente se mexe. Mas como resolver o problema coletivo? Como convencer as pessoas que o problema também é de cada uma delas? Essa é uma pergunta que na minha opinião, está longe de ser respondida.
4 de agosto de 2007
Ninguém lembra da infraestrutura
Postado por Unknown às 11:22
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2 comentários:
Carlos, não sei é porque sou engenheiro ou se porque trabalhei muito tempo em planejamento (voltei a atuar com planejamento...) mas sempre penso de forma sequencial, quando penso em projeto, e a infra-estrutura não suportar ou ruir, tecnicamente só tem um nome, erro de projeto! Tirando o lado técnico da discussão, sobre um menos nobre que é o da aparência. O que dá mais ibope, investir em vários metros cúbicos de concreto para enterrar sob a terra, ou fazer um shopping center luxuoso? Esse pensamento em uma loja comercial pode trazer alguns problemas, por outro lado se for aplicado em uma reforma de aeroporto...
Edu, concordo com você - se não se leva a infra-estrutura a sério, não tem projeto de engenharia que resista. Mas a grande questão é que infelizmente, nem todo mundo pensa assim. Para muita gente, os investimentos em infra soam como injustificáveis. Não sei se é um problema educativo, falta de conhecimento, ou falta de visão geral, mas é um fato. E pelo visto, o fenômeno não é exclusivo do Brasil, ocorre mesmo nos países mais ricos do mundo. Por isso, coloco novamente a pergunta: como fazer para que a coletividade se envolva nessa questão?
Na minha opinião, é necessário estabelecer uma ligação mais palpável, mais visível, entre as açoes individuais e o seu resultado global. Para mim, para você, ou para outra pessoa com uma visão mais ampla isso é automático. Como fazer o mesmo pela maioria das pessoas, que nao consegue enxergar as consequências, ou pior ainda - está tão ocupada com problemas mais imediatos (como sua própria sobrevivência) que não vê um bom motivo para pensar em consequências?
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